segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pequenos espasmos de aflição...

Por quanto tempo eu tentei ser metódica? Procurei os argumentos mais sensatos, as palavras mais poéticas, as frases mais harmônicas e me perdi num abismo de parágrafos inconclusivos e repletos de incapacidade. Essa incapacidade não diz respeito à inspiração em si mas sim a uma dificuldade mortal de organizar todas as idéias que perambulavam pela minha consciência de forma dissimulada e cruel, as palavras não sabiam expressar as minhas dúvidas, era como se eu não pudesse fazer uma transcrição entre sentimento e escrita e assim eu perdi um grande tempo tentando entender o porque desse bloqueio... Em nome da metodologia eu queria bons argumentos, mas já não tinha objetivo (e ao contrário do que eu imaginava objetivo e foco são coisas distintas, objetivo é algo mais pessoal e prazeiroso do que o foco que é mais rígido e impetuoso) e eu me via extremamente focada num loop onde meus ideais ecoavam sem sentido e sem brilho algum, então fui obrigada a rever conceitos e repensar ações pois sob a minha concepção eu sempre lidara muito bem com o caos, ele sempre fora um agente ativador e transformador que me motivava a organizar minhas inquietações com mais fluidez. Minhas perspectivas haviam se encurtado terrivelmente, minhas idéias se atropelavam e a minha paciência não podia estar mais desgastada. Para que compartilhar algo que não tenha o mínimo de linearidade? Quando me vi tomada pela objetividade o caráter abstrato da minha consciência sofreu duras perdas e depois de certas doses de turbulência pude enxergar que antes de grandes manifestações espirituosas sempre vem um silêncio aterrador e meditativo que nos leva às devidas conclusões, e as minhas foram esclarecedoras a ponto de me dar novo fôlego para prosseguir com esse blog, pois desistir sem começar é uma manobra sem nobreza alguma e que esta fora do trajeto traçado por mim no início. É preciso antes de tudo ouvir-se, sem dar razão ao que já fora rotulado e demarcado para que as idéias fluam livremente e sem pressa, para que as verdades apareçam por si mesmas...