segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

É tanta alegria se fazendo tristeza, tanta tristeza virando alegria...
É tanta vontade morrendo decepção e encarnando êxito...
É tanto tremor corajoso e olhar desviado (que queria tanto olhar).
É vida. É morte. Há uma coisa pequena entre os dois, há coisa grande entre nós.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Eu quis voltar... Quis do fundo do meu coração e com todas as esperanças que eu ainda tinha. There is no hope.
Foi como se eu colocasse os sapatos, pegasse e bolsa e corresse, ofegante, até o primeiro guichê e comprasse a última passagem. Tão certa, tão soluçante...
Foi como se eu corresse 80 km para olhar naqueles olhos, para sentir aquilo mais uma vez, aquela sensação de pertencimento, que eu nem sei se existe, mas que me fez tão feliz um dia. O sorriso que me fez acreditar que eu podia tudo, que era tudo meu.
Cheguei àquela porta e quando enchi o peito de coragem não senti o mesmo cheiro de outrora, não era meu, não era eu. Eu juro que não quis pensar demais, mas me fez perder tantas e tantas noites de sono (me fez perder os sonhos) que eu hesitei. Eu desisti e voltei mais rápido do que eu fui.
Não era meu, NÃO ERA MEU! O dedo trêmulo nem chegou à campainha, a mão insegura abortou...
There is some hope, I just dont know where it is...
Se eu não souber, quem há de saber? Você? I dont think so...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os versos? Escritos.
As palavras? Perfeitas!
Os sentidos? Afloram...
Os verbos? Conjulgam-se de tal forma que, ai!
Mas falta o que contar, falta personificar...
Não quero mais esse canto vazio, esse predicado sem sujeito.
Não quero mais os rascunhos amassados e descartáveis, fadados
ao meu desprezo e ao esquecimento do fundo desta gaveta vã.
Quero publicar com todas as letras.
Quero que o verbo se faça carne, por mais que ele habite somente entre nós, dois...

domingo, 30 de setembro de 2012

Não simplificaram tudo para nós?
É sim, é não. Apenas.
Contentemo-nos com o que há de verdadeiro (se a verdade você quiser construir desta forma, que convém a ambos agora)!
Hoje, hoje é nosso dia do não. Hoje é meu dia de te dizer um não honesto, verdadeiro e triste. Sinto muito por não sentir, mas eu apenas não posso fazê-lo... Sinto muito por não saber lidar, por não entender, mas não sinto nada por ser assim, dona de mim.
Sinto muito se me invoco, me incomodo. Mas o que posso eu fazer?
Para mim é senso de justiça, esperança de verdade e para você é egoísmo, cegueira.
Desculpa, não posso!
Não posso ser...
Fica aqui minha apreensão, nestas palavras confusas a minha confissão/confusão.
Te espero amigo querido, pois é o que posso ser. Te espero ver feliz e aqui, honesta e verdadeiramente (à minha maneira).

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Estas palavras sim são egoístas, porque nada que eu tento expressar através delas consegue se livrar desta melancolia intrusa. Tudo soa lamento, tudo soa caos e desordem, mesmo que estes não sejam os reais combustíveis e/ou motores do meu escrever... Tudo parece banalmente importante, interessante e descritível. Mas não é.
Chega de procurar pontuações, fugir dos jargões e repousar na poesia. Chega de agradar o que não retribui.
As musas, os deuses ou até mesmo o dicionário não podem me alcançar aqui, aqui onde eu respiro, olho e reflito intocável e impassível, se a minha felicidade é sensível como a sua, ou se você consegue entender que a minha alegria é permeada de falhas, que meu êxito corre ao lado do fracasso, e que esta corrida não tem fim (mas tem sim intervalos, e são estes que determinam o momento). Mas o que me faz coçar a cabeça e repetir um movimento que outros atribuíram à dúvida, é se você pode entender, através ou até mesmo sob todas estas queixas, que isto me faz humana. E ser humana é o único jeito que eu sei ser.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ela, que podia sonhar com tudo, se restringia a sonhar sempre com as mesmas passagens cotidianas, os mesmos fragmentos que já cansara de escrever e publicar, as mesmas narrativas q todos os dias passavam por seus olhos já desatentos, olhos que outrora eram tomados por tamanho entusiasmo mas que agora eram apenas vigilantes desmotivados que guardavam um bem que não os pertencia e não os sensibilizava.
Ela podia, em sonho, ser bailarina, poeta, cigana e até mesmo encontrar-se com a verdade.
Podia governar nações, podia governar a si mesma! Mas não o fazia, não sonhava.
De olhos abertos, queria tudo que lhe fosse alheio, sonhava com o que lhe era distante, impossível... De olhos fechados, não alcançava nada mais do que aquilo que já era seu. 



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Metafísica

Há ainda um princípio desconhecido, um formigamento leve que às vezes passa a moderado, um desconforto vulgar que rouba alguns minutos diários. Pensamentos diáfanos, impalpáveis...
Os olhos teriam mudado? O olhar não era o mesmo.
Depois de iniciado o processo constante de se avaliar, de entender as suas próprias concepções e de traduzi-las para a prática aqui estamos nós, eu e o bom-senso. Sentados, olhando através um do outro e assim já não sou a mesma. Tenho errado e negado, como sempre, mas hoje eu já não posso justificar, como fizera outras vezes, e ele já não me queria aconselhar.
Parece que cheguei tão perto da estabilidade, de caminhar de costas retas e falar com firmeza. Cheguei perto do ápice da afirmação que parece ser tão nobre quando narrada, mas que não acendia em mim chama alguma.
Adianta buscar nestes fragmentos tão alheios os motivos que me fazem assim? Aliás, caberia encontrar o motivo, o significado do ser? Um propósito talvez?!
Estas palavras soam tão carregadas de sentido quando são pensadas, e agora que digo/escrevo só parece que me perdi mais uma vez, mas como o título sugere eu me permito transitar no impalpável e continuar sem alcançar o inteligível.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Aos de Alma Rasa

São tantas ideias, tantos sentimentos que poderiam ser descritos com uma riqueza de detalhes inatingível, intangível. Todos os movimentos, as palavras, as contradições e inquietações parecem coreografadas, esperadas e ainda que dolorosas são aceitas. Mas falta a sensibilidade para verbalizar. Não toca no assunto.
Tudo é parte de um plano superior! 
Ela se aquieta.
Pálida, soluçante e ainda assim risonha. 
Quem há de cuidar do mundo? Quem há de cuidar de mim?
Eu já não me cuido mais, parem de cuidar também! 
Não procura tratamento, não procura diagnóstico e nem resultados. Não procura a felicidade. 
Obrigada, suplementos instantâneos eu já tenho e vivo bem com eles, levem seu futuro sintetizado das experiências dos outros para o lugar onde levarão suas exigências e estoquem ao lado dessas hostilidades...
Enquanto isso fica lá, trançando os cabelos, colorindo a pele e fazendo o que bem entende, se é que ela entende a grandeza que é saber. Um dia de cada vez menina! Um dia de cada vez!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dele, o Tempo

Para não dizer que faltou tempo, faltou o fôlego.
O Tempo nunca falta, ele se gasta. Sobeja e tripudia na minha imprecisão.
Mas por quê deveria eu querer manipulá-lo?
Por que motivos deveria contorná-lo, enformá-lo?
Eu gosto de seu modo abstrato. Gosto de não poder, ou querer, senti-lo com a razão.
Me encanta sua ciência sem pretensão de exatidão, sua certeza sem vontade de convicção.
Acho que assim me vejo nele, me vejo em mim.
Tão passível, vulnerável à sua ação e incansável em sua espera.
Espera esta que é eterna e imediata, que está por vir e já passou...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre o Esperar

Dizem que a esperança é a última que morre.
Eu não desacredito esta afirmação de forma alguma.
A esperança é aquilo que permanece depois de todo o caos, aquilo que aguenta e tolera, é o estado de espera fiel, sigilosa e paciente.
Eu não quero esta paciência, não quero aguardar as peças se unirem, os sentidos se encontrarem e o formal nascer, eu quero o presente impetuoso, quero o efetivo e apressado, quero que as coisas simplesmente aconteçam e não simplesmente permaneçam.
Me encanta o movimento, a mobilidade... Do que é estático tiro apenas poucas palavras e breves suspiros que logo se perdem em meio a outras respirações.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Precipitação

Nasci para acreditar o inacreditável, para me perder em devaneios e me precipitar. Sou uma precipitação ligeira, que se dá o direito de partir, se desfazer errante por outros lados e entre outros ventos. Tenho alguma culpa, pouca consciência e muita convicção e por mais que esta certeza seja passageira como toda inundação e/ou estiagem, faz de meus momentos predicados absolutos e minhas memórias únicas...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Plenitude

Ando cheia de mim...
Cheia de personalidade, de ideologias apressadas,
de metodologias tão ultrapassadas e tão minhas.
Ando divagando arbitrária e consentidamente,
livre de toda e qualquer deliberação...
Não sou toda ouvidos, sou toda vontade, toda humana, toda eu.
Estou saturada de mim, transbordando o meu eu,
único e dissimulado, mas meu.