quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ela, que podia sonhar com tudo, se restringia a sonhar sempre com as mesmas passagens cotidianas, os mesmos fragmentos que já cansara de escrever e publicar, as mesmas narrativas q todos os dias passavam por seus olhos já desatentos, olhos que outrora eram tomados por tamanho entusiasmo mas que agora eram apenas vigilantes desmotivados que guardavam um bem que não os pertencia e não os sensibilizava.
Ela podia, em sonho, ser bailarina, poeta, cigana e até mesmo encontrar-se com a verdade.
Podia governar nações, podia governar a si mesma! Mas não o fazia, não sonhava.
De olhos abertos, queria tudo que lhe fosse alheio, sonhava com o que lhe era distante, impossível... De olhos fechados, não alcançava nada mais do que aquilo que já era seu. 



2 comentários:

  1. Ela já tem tudo que queria ter, agora ela só precisar estender os braços pra agarrar esse tudo!

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    1. Mas talvez ela não consiga entender o que é este tudo e tenha medo de abraçá-lo, ou talvez ela ache que isto não lhe pertence, porque ela não sabe o que é seu...

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